Carta do vice-presidente de comunicações corporativas da Kinross, Steve Mitchell ao Die Zeit

Prezados Senhores,

O artigo “Der Giftige Schatz von Paracatu” (Die Zeit, data) empregou uma mistura de alegações não fundamentadas, boatos, declarações enganosas e erros factuais para apresentar uma visão unilateral e distorcida da Kinross Gold Corporation e suas relações com a comunidade de Paracatu, no Brasil.

O artigo é baseado em grande parte na alegação de que existe um risco à saúde relacionado com arsênio para os moradores de Paracatu devido a atividades de mineração em curso na região. Este definitivamente não é o caso, como foi mostrado conclusivamente em dois estudos independentes recentemente concluídos por especialistas reconhecidos em toxicologia ambiental. Um estudo realizado pelo INCT-Entox (Universidade de Queensland, Austrália) encomendado pela Kinross – e, posteriormente, publicado em revistas científicas internacionais – determinou o nível de exposição da população ao arsênio através da água, poeira e alimentação, considerando tanto a biodisponibilidade quanto a bioacessibilidade. Os resultados mostram claramente que as atividades de geologia e mineração locais não têm um impacto significativo na exposição total ao arsênio na região de Paracatu, onde o consumo diário médio total de arsênio inorgânico foi de fato consideravelmente abaixo do valor de referência da Organização Mundial de Saúde. O estudo também demonstrou conclusivamente que as contribuições de solo/poeira e água para o total de exposição ao arsênio em Paracatu são secundários em comparação com a ingestão de alimentos. Um segundo estudo do CETEM (um importante centro de pesquisa federal no Brasil), encomendado pelo prefeito de Paracatu, concluiu que a concentração de arsênio em Paracatu está dentro dos parâmetros legislados e não apresenta riscos para a população. O repórter estava ciente dos resultados do primeiro estudo no momento em que ele pesquisou o artigo, e ainda escolheu omitir esses fatos na reportagem.

O repórter também não fez nenhuma menção aos muitos programas de local de trabalho e comunidade relevantes da empresa, que incluem: um programa de vigilância da saúde para todos os funcionários; medidas de saúde e segurança rigorosas para minimizar a exposição à poeira no local de trabalho; uma linha direta 24 horas para receber e responder às queixas da comunidade; reuniões regulares com um painel consultivo de representantes locais para resolver as preocupações da comunidade; coordenação com as comunidades adjacentes em relação ao tempo e frequência da detonação da mina e aplicação de medidas severas para reduzir o ruído, vibração e poeira; a realização de monitoramento permanente da qualidade da água a jusante das áreas de armazenamento de resíduos e envolvimento da comunidade nessa prática; investimento de mais de US$ 3 milhões em programas ambientais para restaurar córregos locais danificados pela mineração artesanal histórica; e trabalho com a comunidade local em muitas iniciativas em saúde, educação, desenvolvimento empresarial local, cultura e esportes.

Como um membro do Índice Dow Jones de Sustentabilidade Mundial, do Ethibel Investment Register, do Índice Social Jantzi, e do Pacto Global da ONU, a Kinross aprecia profundamente a necessidade de dar resposta às preocupações locais e uma força positiva na comunidade. É lamentável que este artigo tenha negligenciado totalmente nossos sinceros esforços para concretizar este compromisso em Paracatu, e optou em vez disso pelo sensacionalismo e valor de choque no lugar de uma avaliação justa e equilibrada.

Atenciosamente,

Steve Mitchell
Vice-Presidente de Comunicações Corporativas, Kinross Gold Corporation, Toronto, Canadá